domingo, 25 de outubro de 2009

A rua


Resolvi partir.
Peguei as minhas coisas
E desci pela rua deserta.
Muitas vezes eu havia imaginado
Essa minha partida
E sempre via a rua chorosa despedir-se de mim.
No entanto, ela se mantém em silêncio,
Insensível.
Lembro-me dos momentos que passei na rua.
Dancei, menti e amei na rua.
Ela, como que inatingível aos meus sentimentos,
Fica quieta.
Penso nas suas noites coloridas, a dona da festa.
O palco.
Ali, sem querer nada, era a parte mais importante do espetáculo.
De dia, uma rua confusa, perdida,
Usada pelos transeuntes.
Sentimental.
E agora finge que não sente nada ao me ver partir,
Ou simplesmente me observa, analisa.
Ri! Ri da minha despedida fria na madrugada.
Debocha da minha fuga.
Mas não reage, não discute, não me faz ficar.

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